
Eu sei que a maioria das pessoas está muito melhor informada que eu. Todos os dias dou algumas voltinhas aqui na blogosesfera e reparo que mesmo o blog mais “pequeno” tem sempre um ou dois artigos - que se podem chamar como tal - de opinião. São sobre as mais variadíssimas coisas: desde política, livros, concertos, notícias que surgem ao longo da semana, etc.
Eu sigo normalmente as notícias através da Internet. Verdade seja dita, detesto telejornais e só vejo um se estiver “distraída”. O único que ainda se atura é o do canal 2, pois conseguem compactar o que interessa em meia horita e “tá a andar”. São compactos, precisos, despachados e sem muitos floreados, que é assim que eu gosto. Mas mesmo assim reconheço que não sou uma pessoa muito bem informada.
Então no que diz respeito a política, esqueçam. Eu sei que não se deve dizer isto, mas política não me interessa mesmo nada. As entradas e saídas de cena política assemelham-se demasiadamente, na minha humilde opinião, às contratações e descontratações de equipas de futebol. Os balúrdios que se ganham com politiquices em Portugal roçam o obsceno. Há coisas que eu não compreendo. Talvez seja demasiado idealista. Não consigo compreender que um representante de quem o elege se esteja absolutamente a borrifar para quem o elegeu. Não consigo perceber como é que é possível apresentar um plano aquando das eleições e depois de eleito fazer as alterações ao plano que lhe aprouver sem dar justificações (não digo dar cavaco por causa do senhor de Belém) e, pior ainda, com a maior desfaçatez do mundo andar por aí a dar as caras e por as culpas nos outros.
O “outrismo” é também um grande vírus da política. O anterior governo é que tem a culpa, sempre… O anterior presidente, PM ou assessor… também é deles a culpa.
Na minha humilde opinião, é por isso que não avançamos para lado nenhum. Em primeiro lugar, o povo, quem elege, não está informado sobre o que é preciso fazer para darmos a volta à situação. O que me parece é que ninguém também quer explicar muito bem o que se passa. O problema de começar a explicar, é que temos de ter disponibilidade para irmos com as nossas explicações até ao fim. Como a culpa é sempre “do outro”, quando chega à nossa vez de levarmos com as culpas, preferirmos pôr tudo nas costas “do outro”.
Eu sei que reformas não se fazem de um dia para o outro. Aliás, sou um grande exemplo disso. Apanhei a reforma educativa no secundário e sabe Deus a bela merda (desculpem mas não há eufemismo possível nesta situação) que fizeram. Não havendo coordenação entre programas de diferentes ciclos, repeti tudo o que tinha dado no 7º, 8º, 9ºm nos anos 10º e 11º (depois dei de frosques para a universidade, e em boa hora, pois nesse ano foram as primeiras greves dos professores às provas nacionais - já eu estava no ano zero da Faculdade). Mas como estava a dizer, eu sei que reformas não se fazem de um dia para o outro. Acho que é do conhecimento geral, aliás, já diz o povo “devagar se vai ao longe”. Ora, se tooooooda a gente sabe disso, porque é que não arquitectam um plano, bem feito, com timings, processos, controles, bem estruturados, para tirar o país da miséria em que (dizem) que está? Porque é que a massa cinzenta das cabecinhas pensadoras de S. Bento só serve para granjearem argumentos a seguir a argumentos que não trazem nada de construtivo e muitas vezes são argumentações completamente focadas em fazer o que de melhor traz para o umbigo de cada um?
É assim que se governa um país?
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