Inépcia

INÉPCIA

Sou uma pessoa de poucos amigos. Todos os que tenho são muito preciosos. Mas são poucos. Daqueles que me conhecem mesmo, então, contam-se pelos dedos de uma mão… e sobram dedos.
Poder-se-á pensar que é triste, mas para mim é muito alegre. Porque os meus amigos que me conhecem, conhecem-me como a palma da mão. E se calhar não existem muitas pessoas que tenham alguém nas suas vidas para as quais nós sejamos transparentes. Sem segredos. Só nós.
Também sei porque é que estes amigos são poucos.
Tenho uma certa inépcia no que se trata a manter contactos. Por isso é que eu nunca daria para um ligar de relações públicas (isso e o facto de ter cara de má e sê-lo!).
Nunca espero que um amigo me telefone todas as semanas. E eu nunca o faço. Não me interessa nada ter conversas de chacha, só porque tem que ser senão “a gente nunca mais fala”. Para mim isso não é amizade. Estes amigos de quem eu falo, atendem-me o telefone como se tivessem falado comigo ontem, mesmo que não estejamos juntos há meses. A nossa amizade não tem interrupções apesar desses meses. É um contínuo pois sinto-os presentes na minha vida todos os dias. São parte de mim.
E só queria deixar aqui um beijo para eles. Pois sei que alguns visitam este meu cantinho, quase às escondidas…