não, não ando o ano todo a sonhar com Agosto, ao contrário de 90% da população nacional. As férias em Agosto foram boas, quando andei na universidade. Eram o compensar de um ano inteiro fora da terra. Eram o realizar do que apenas se sonhava o ano inteiro. Eram nadar, correr, andar, dançar, pular, voar. Eram dormir até tarde e preguiçar um dia inteiro, ou saltar da cama para um dia de aventura. Desde que perdi os dois meses de férias associados à vida estudantil, nunca mais o Agosto me soube ao mesmo. Sabe a pouco, sabe a cansaço, sabe a um calor que mói e derrete. Sabe a praia cheia, a filas para estacionar, a caminhar pela torreira para chegar a um areal onde nem se consegue estender mais uma toalha. Não, não gosto deste Agosto. Quero o outro, aquele da minha infância. Aquele em que ficávamos na praia até às 20h com a minha mãe preocupada em ir fazer o jantar. Aquele do guarda sol azul com franjas brancas, grande, de ferro, que marcava o nosso sítio e onde o meu pai pendurava os óculos e o relógio para ir ao mar.
Se esse Agosto não existe mais, eu não quero mais nenhum. Não quero este, nem o próximo.
É por isso que não me queixo. É por isso que não me importa. É por isso que até gosto. De trabalhar em Agosto, entenda-se.
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