Sim senhor, já está tudo respondidinho, pela internet, que lá em casa não gostamos de papel (aliás, os gatos gostam e normalmente brincam com ele até estar em frangalhos...).
Eu já trabalhei em estudos de mercado (sei bem que não é a mesma coisa), e parece-me que num estudo tão importante como este, feito unicamente de 10 em 10 anos, a que responde obrigatoriamente (supostamente) toda a população, onde até vieram para os jornais dizer que os sem-abrigo da estação Vasco da Gama tinham de ser "censados" como residentes nas Torres da Expo (sim aquelas de luxo, mesmo), o questionário apresentado é muito, muito, muito fraquito. E, muito sinceramente, não percebi qual o retrato da população que sairá deste estudo.
Já para não falar da polémica da pergunta mais bacoca de sempre, relativa à situação dos trabalhadores a recibos verdes!
A única pergunta acerca das condições da residência prende-se com "Tem ar condicionado?" e se não tem, pergunta-nos como nos aquecemos. Ponto final.
Não pergunta se tem telefone.
Ou internet.
Ou televisão. Se cabo, se antena, se parabólica.
Não pergunta a distância até ao Hospital mais próximo, Centro de Saúde, Centro de dia. Se é que existem na vossa Junta de Freguesia (na minha, por exemplo, o Centro de Saúde é uma promessa com décadas!)
Se há escola ou jardim de infância (privados ou públicos) próximo de casa.
E isto é só do que me consigo lembrar em 10 minutinhos que tenho para escrever este post...
Quem teve os últimos 10 anos para preparar este Censos, não considerou sequer a hipótese de "deixa lá ver o que é que podemos fazer com isto", já que se trata de um investimento - de recursos, pessoas, etc - e de um envolvimento da população que não tem equivalente? Já perguntar a religião, claro!! Isso é de uma importância vital para o conhecimento da população! Até vir o Tribunal Constitucional (DEPOIS de os Censos estarem já na rua e a serem preenchidos) dizer que não é constitucional perguntar uma coisa dessas...
Sabem o que vos digo? Se o INE fosse uma empresa de estudos de mercado, a esta hora já tinha ou falido ou sido fechada por incumprimento da legislação... Mas, não... É o INE...
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